”, de James Hunter.
Este resumo é resultado de um trabalho realizado para a disciplina de Gestão de Sistemas de EAD, do Curso de Mestrado Profissionalizante em Tecnologia da Informação e da Comunicação na Formação em EAD, da UFC/UNOPAR.
1 INTRODUÇÃO O livro “Como se tornar um líder servidor: os princípios de liderança do Monge e o Executivo” é uma espécie de continuação do outro livro do autor, James Hunter: O monge e o Executivo, considerado um dos maiores best-sellers e que se tornou uma grande influência e referência a respeito de liderança. Naquele ele dá um tratado prático ao conceito de liderança servidora, bastante teorizado neste.
Mais do que demonstrar aplicações práticas desse conceito, o autor ainda traz ensinamentos/experiências sobre como se dá o funcionamento de empresas bem-sucedidas, destacando como elas buscam os profissionais com o perfil ideal, os planos de remuneração por resultado, as maneiras de tornar o trabalho mais desafiador, as avaliações de liderança e os treinamentos eficientes, como destacado na capa do livro.
James Hunter é consultor-chefe de uma consultoria na área de Recursos Humanos e Treinamento, e sua experiência de muitos anos possibilitou que ele se tornasse um exímio e cobiçado instrutor e palestrante, sempre falando sobre liderança e de que forma os gestores e seus colaboradores podem mudar a vida de suas empresas assim como o relacionamento entre eles, vislumbrando sempre melhores resultados nestas.
Como o próprio autor comenta, os “ensinamentos” e referências práticas destacadas por ele não são o suficiente para que as pessoas se tornem um líder servidor, é preciso que esses exemplos sejam aplicados no dia-a-dia:
“Você deve estar disposto a explorar antigos comportamentos, identificando e mudando o que for necessário e começando a aprender novos hábitos quanto for o caso” (p. 12).
Na parte introdutória do livro, o autor destaca que “
o desenvolvimento da liderança e a construção do caráter são a mesma coisa”. (p. 13). Sendo que liderança ele define como
“a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir objetivos comuns, inspirando confiança por meio da força do caráter” (p. 18), eis o motivo de ele ter feito a comparação acima.
Dividido em nove capítulos, o autor fala sobre: liderança, poder e autoridade, desenvolvimento da autoridade, liderança e amor, gentileza e responsabilidade, natureza humana, caráter e a mudança humana, inteligência emocional e liderança, e sobre motivação e outras coisas fundamentais.
Dentro desses capítulos o autor vai pontuando varias situações como forma de configurar e confirmar suas teorias, sempre fazendo correlação com a liderança. O livro todo é composto de diversas citações tanto de alguns líderes famosos, como: Jesus, Gandhi, Madre Teresa, Churchill, Franklin Roosevelt, Ronald Reagan, Marthin Luter King e outros tantos; cita também diversas citações e experiências de consultores e escritores famosos na área de liderança e gestão de recursos humanos.
Para além disso, no final do livro, o autor apresenta diversos instrumentos que possibilitam os gestores de recursos humanos identificar, através de modelos de questionários, as características tanto dos gestores quanto dos colaboradores.
2 LIDERAR É SERVIRJames Hunter é bem enfático no seu livro quando trata de liderança, ao dizer que ela não é gerência, pois há diferença entre os dois termos:
“gerência é o que fazemos, e liderança é quem somos”, enfim, ele diz que não gerenciamos pessoas, lideramos (p. 19).
Diz também que liderança não é chefia, pois para ser chefe basta ter um cargo e seguir uma hierarquia, e é preciso mais do que isso para poder envolver seus colaboradores e fazerem com que eles atuem com qualidade e repassem isso para seus clientes, gerando produtividade e satisfação.
É interessante como o autor tem a preocupação de correlacionar todos os conceitos e valores que permeiam nosso dia-a-dia como forma de contextualizar e defender a idéia defendida a respeito de liderança.
Para ele, poder e autoridade não são termos sinônimos, ao contrário, são diferentes:
“poder é a capacidade de obrigar, por causa de sua posição ou força, os outros a obedecerem à sua vontade [...] e autoridade é muito diferente de poder, pois ela envolve habilidade de levar outros a fazerem, de bom grado, sua vontade” (p. 32). A partir dessa percepção é que Hunter afirma que a liderança legítima deve ser baseada na autoridade e não no poder.
Entremeado por diversas sugestões de como agir diante de diferentes situações, o autor praticamente cria fórmulas para que se possa ter uma liderança servidora, sugestões essas que surgiram a partir de vivências e percepções do cotidiano das pessoas e de seu trabalho.
Por conta disso, a partir da pág. 47, Hunter faz um tratado especial a respeito do Amor, quando ele vai buscar na passagem clássica da Bíblia, em Coríntios 13, a referência para contextualizar a tese defendida por ele a respeito de liderança e como ela é feito com amor. Dá uma conotação diferente para o significado de amor que comumente as pessoas entendem, mas sem, contudo, fugir do que é concebido por todos sobre esse termo.
Ele defende o amor, que ele compreende como amor devocional, “
como a disposição de uma pessoa para ser atenciosa com as necessidades, os interesses e o bem-estar de outra, independentemente de como se sinta” (p. 48).
E vai buscar nos princípios da passagem bíblica, que são: paciência, gentileza, humildade, respeito, altruísmo, perdão, honestidade e compromisso, justificativas e exemplificações para configurar que essas qualidades do amor representam a essência da liderança.
Nos capítulos seguintes, o autor vai dando destaque a outros temas, fazendo algumas diferenciações para propiciar um melhor entendimento do que ele propõe. Sobretudo quando ele cita práticas, pois defende que
“conhecimento intelectual não é suficiente e tem pouco valor quando não é colocado em prática” (p. 72).
No capítulo 6, destinado à discussão sobre a natureza humana, Hunter destaca os conceitos de moral e de ética, diferenciando-os e correlacionando a compreensão desses conceitos como forma de melhor compreender a natureza humana e a universalidade das leis, dando embasamento para o capítulo seguinte que trata do caráter, que ele considera como “o músculo moral” (p. 79), e da mudança humana, que considero como um dos capítulos mais fortalecedores para a compreensão da teoria do autor.
Ao diferenciar caráter de personalidade, o livro mostra que ao contrário da personalidade, que se forma na infância, o caráter continua a crescer e a se desenvolver ao longo da vida, o que vai contribuir para a determinação de nossas ações (p. 84).
Por fim, o tema do livro leva-nos a refletir sobre os aspectos de nossa vida e de que forma eles podem influenciar na nossa inteligência emocional, para que a usemos no sentido de termos uma liderança servidora. O mais interessante do livro é que mais do que defender teorias, dar sugestões, o autor demonstra, com exemplos, os fatos que configuram sua tese, e assim dá credibilidade e sustentação ao seu discurso.
Lembrando que Hunter cita Goleman (p. 96) para “falar” sobre inteligência emocional, que abrange habilidades interpessoais, motivação, trânsito social, empatia e autopercepção. E o conjunto de habilidades que a inteligência emocional representa, Goleman chama de caráter, o que vem ao encontro do que Hunter discute nesse livro.
Ao encerrar o livro, o autor faz uma reflexão sobre quais as lições que ele considera como importantes para o sucesso das empresas (ele cita dezenove), entre elas cito as que considero como as principais e que considero também consistir a “essência” do livro:
· Nunca se esqueça de que liderar é servir.
· Insista na melhoria pessoal contínua.
· Reconheça e recompense as realizações espontaneamente.
· Promova a comunidade.
· Confie em seu pessoal para fazer a coisa certa.
· Respeite o equilíbrio entre trabalho e vida particular...
REFERÊNCIASComunidades RH: livros.
Como se tornar um líder servidor. Disponível em:
http://carreiras.empregos.com.br/comunidades/rh/livros/080506- lider_servidor_hunter.shtm#. Acesso em: 16/11/2007.
HUNTER, James C.
Como se tornar um líder servidor – os princípios de liderança de O monge e o Executivo. Trad. de A. B. Pinheiro de Lemos. Rio de Janeiro: Sextante, 2006.